A arte de trabalhar com pessoas preguiçosas

05/02/2025

Aposto que ao ler esse título você pensou que esse texto seria uma crítica ou um desabafo em relação ao time ou ao ambiente de trabalho, mas te adianto que não. Eu gosto e muito de trabalhar com pessoas que tem preguiça. E precisava trazer essa reflexão aqui. 

Semana passada tentei fazer um sunomono de aperitivo (aquela entrada japonesa que é basicamente pepino fatiado bem fino com tempero). Já tentou cortar um pepino em fatias finas com uma faca? Pra mim foi muito difícil, sou péssimo com trabalhos delicados e manuais, comecei a cortar umas fatias grossas, outras mais tortas. Agora, já fez isso usando um ralador, daqueles bem baratos? Pra mim foi um prazer quando encontrei um na gaveta da cozinha e acabei o sunomono em 3 minutos, ainda mais depois de tentar cortar com a faca. 

Talvez eu tenha dado um exemplo muito específico, mas aqui vai mais um: Imagine uma pessoa que precisa, todo dia, analisar o resultado do seu time no dia anterior. Pra isso, ela precisa extrair um relatório de dois dashs diferentes, analisar o resultado do dia e elencar as maiores variações. Depois disso, precisa separar uma lista dos membros com maior queda e dizer qual KPI fez a performance da pessoa cair naquele dia. No dia seguinte, ela começa o dia fazendo a mesma coisa. Extrai os relatórios, sobe em um sheets, analisa os deltas, gera a lista. Todo dia ela leva 20 minutos pra fazer isso. 

Ou então, imagine um Vendedor ou Key Account que todos os dias precisa fazer contato com uma carteira de clientes. Separa a lista de quem vai contatar, escreve mensagem por mensagem, calcula manualmente a proposta de cada cliente, resume plano de ação. Contata o próximo Aposto que ao ler esse título você pensou que esse texto seria uma crítica ou um desabafo em relação ao time ou ao ambiente de trabalho, mas te adianto que não. Eu gosto e muito de trabalhar com pessoas que tem preguiça. E precisava trazer essa reflexão aqui. Semana passada tentei fazer um sunomono de aperitivo (aquela entrada japonesa que é basicamente pepino fatiado bem fino com tempero). Já tentou cortar um pepino em fatias finas com uma faca? 

Pra mim foi muito difícil, sou péssimo com trabalhos delicados e manuais, comecei a cortar umas fatias grossas, outras mais tortas. Agora, já fez isso usando um ralador, daqueles bem baratos? 

Pra mim foi um prazer quando encontrei um na gaveta da cozinha e acabei o sunomono em 3 minutos, ainda mais depois de tentar cortar com a faca. Talvez eu tenha dado um exemplo muito específico, mas aqui vai mais um: Imagine uma pessoa que precisa, todo dia, analisar o resultado do seu time no dia anterior. Pra isso, ela precisa extrair um relatório de dois dashs diferentes, analisar o resultado do dia e elencar as maiores variações. 

Depois disso, precisa separar uma lista dos membros com maior queda e dizer qual KPI fez a performance da pessoa cair naquele dia. 

No dia seguinte, ela começa o dia fazendo a mesma coisa. Extrai os relatórios, sobe em um sheets, analisa os deltas, gera a lista. Todo dia ela leva 20 minutos pra fazer isso. 

Ou então, imagine um Vendedor ou Key Account que todos os dias precisa fazer contato com uma carteira de clientes. Separa a lista de quem vai contatar, escreve mensagem por mensagem, calcula manualmente a proposta de cada cliente, resume plano de ação. 

Contata o próximo.

PRA MIM A GRANDE VANTAGEM DE UMA É O QUE AO FAZER ESSA TAREFA PELA PRIMEIRA VEZ, ELA JÁ TERIA ARREPIOS. NO DIA SEGUINTE ELA JÁ PERGUNTOU PRO CHAT GPT E JÁ MONTOU UMA ABA NO SHEETS QUE RESUME OS MAIORES DELTAS AO COLAR O RELATÓRIO DO DIA.  AO FINAL DE SEMANA, ELA JÁ DEIXOU UMA TABELA AUTOMATIZADA QUE MARCA AS PESSOAS TODO DIA ÁS 9 HORAS NO SLACK E ENVIAR ESSE RELATÓRIO DOS PRINCIPAIS KPIs.

O vendedor preguiçoso, ao final do seu primeiro dia, já entendeu que não deveria calcular cada orçamento manualmente, ou escrever mensagem por mensagem se existe uma variável em comum pra cada cliente. 

Ao final da semana, ele já faz disparos automáticos e personalizados com qualquer extensão de whatsapp que encontrou na internet. 

Já criou forma mais fácil de gerar o orçamento com um sheets ou uma macro. 

Entendeu o que eu quero dizer? 

O maior valor da preguiça está em ter pena de gastar o seu próprio tempo em algo que não agrega valor. 


Extrair o relatório, escrever a fórmula que gera os deltas, não gera valor. Mostrar a informação com o acionável do dia para cada pessoa gera. Parece que estou falando de um assunto super óbvio, mas vejo tanta gente esquecendo disso no dia a dia. 

Mais do que isso, vejo uma falta de valorização nas pessoas que tem essa mentalidade. Focar no que de fato gera valor não quer dizer deixar as atividades necessárias de lado, mas torná-las o mais simples possível pra te liberar tempo para o que realmente importa. 

Tá bom, talvez não seja preguiça o melhor nome para o que estou descrevendo. Mas ao olhar com essa ótica talvez mais pessoas se identifiquem com o que quero dizer. Você precisa se incomodar com sua rotina, constantemente. Se colocar em uma rotina repetitiva e sem questionar o valor de cada ação sua é o primeiro passo para a zona de conforto. Ou melhor, para a mediocridade. 

Meu ponto aqui é que um time "preguiçoso" - mas proativo - pode render muitos ganhos, mas isso não vai acontecer naturalmente na maioria das vezes. Valorizar não só a performance, mas o questionamento, a inquietação, é o diferencial. 

Não me entenda mal, existe uma linha tênue entre ser inconformado e ser reclamão. Questionar a rotina sem a mentalidade de fazer melhor não vai te levar a lugar nenhum. 

Por outro lado gerar discussões, compartilhar boas práticas, reconhecer quem questiona e faz diferente são, pra mim, os comportamentos das melhores pessoas com quem já trabalhei. Sim, existem inúmeras ferramentas que podem deixar nosso dia mais produtivo (ainda vamos falar de GPTs e derivados em outro post), mas de nada adianta se a provocação não começar no dia a dia de cada um. 

E você, já pensou qual tarefa do seu dia te dá mais preguiça?