Arranha-céus de Curitiba: novo prédio mais alto terá 170 metros e 50 andares

27/07/2025

Prédios altos que ultrapassam os 150 metros: os arranha-céus de Curitiba. Nesta faixa, são mais de 40 já na capital paranaense. 

O prédio mais alto de Curitiba atualmente é Universe Life Square, icônico complexo multiuso inaugurado em 2013, com 152,58 metros e 43 andares. Mas em breve deve ser ultrapassado pelo residencial OÁS, que terá 170 metros de altura e 50 andar. Outro arranha-céu é o Evolution Towers, que está localizado o Hotel Pestana e um centro corporativo, com 137 metros de altura.

Muito além do impacto visual, os arranha-céus de Curitiba que possuem mais de 100 metros exigem soluções tecnológicas avançadas, planejamento minucioso e materiais de alta performance para resistirem a fatores como peso, ventos intensos e movimentações naturais do solo.

Em construções desse porte, as fundações dos arranha-céus de Curitiba são profundas e podem chegar a mais de 30 metros abaixo do nível do solo, garantindo estabilidade e segurança para suportar toda a estrutura. Outro ponto importante é o cálculo do efeito do vento nestes edifícios. Quanto mais alto o edifício, maior a exposição às correntes de ar, por isso, a estrutura é projetada para suportar esses movimentos e dissipar a força dos ventos de forma controlada e imperceptível para quem está no interior do prédio.

Para se ter uma ideia, no Burj Khalifa, em Dubai (o edifício mais alto do mundo, com impressionantes 828 metros de altura), o topo do prédio pode oscilar levemente durante ventos fortes. Esse movimento é totalmente previsto e calculado pela engenharia, como forma de dissipar a energia do vento sem comprometer a estrutura. Embora em escalas diferentes, os arranha-céus brasileiros também precisam considerar esse tipo de comportamento estrutural, respeitando as características e intensidades de vento de cada região.

O desafio dos arranha-céus de Curitiba

"O desafio de construir em altura está justamente em equilibrar o peso da estrutura, o tipo de fundação e os movimentos naturais da cidade ao redor. Tudo precisa ser pensado para garantir a integridade da obra, a segurança dos usuários e a durabilidade do empreendimento", explica Roberto Thá, CEO da Thá Engenharia.

Para garantir a estabilidade e a resistência desses prédios, os projetos passaram por ensaios em túnel de vento e por simulações em softwares específicos, que calcularam o comportamento da estrutura frente às correntes de ar que atingem as grandes alturas.

As fundações também merecem destaque. Na construção do Universe Life Square, foram utilizadas estacas, com 1,50 metro de diâmetro e 15 metros de profundidade, sendo oito metros cravados em rocha. Já no OÁS, as estacas foram ainda mais robustas: 1,60 metro de diâmetro e 25 metros de profundidade, com cinco metros fixados em rocha, garantindo a segurança necessária para sustentar os 50 andares previstos no projeto. Outro edificio que ficará entre os mais altos da capital paranaense é o Casa Milano, residencial com 142 metros de altura, em fase final de obra.

"Quando se pensa na fundação de um edifício, imagina-se que ela seja feita para suportar o seu peso. No caso do Universe, a fundação encravada na rocha deve, como a principal função, funcionar como se fosse um 'parabolt' que impede o edifício de tombar, uma vez que a força exercida pelo vento é maior do que o peso do prédio", destaca Gilberto Kaminski, diretor da Thá Engenharia.

Técnica e resistência estrutural dos arranha-céus de Curitiba

Erguer prédios tão altos não envolve apenas técnica e resistência estrutural. O dia a dia no canteiro de obras traz desafios que exigem planejamento e soluções inteligentes, a começar pela escavação, que precisa ser realizada em grandes profundidades, com equipamentos específicos e processos rigorosos para garantir a segurança e a precisão do trabalho.

Outro ponto crítico é a chamada logística vertical. Transportar materiais até os andares superiores de um edifício com mais de 150 metros requer gruas e elevadores de alta velocidade, que acompanham o ritmo intenso das obras e garantem a produtividade sem comprometer a segurança dos profissionais.

"Mais do que superar os desafios técnicos e logísticos, construir em altura significa integrar engenharia, planejamento urbano e preocupação com o entorno. Cada prédio desse porte que se ergue não muda apenas a paisagem da cidade, mas transforma a dinâmica de uso do espaço e o relacionamento das pessoas com o ambiente ao redor", complementa Roberto Thá.

Os arranha-céus são mais do que construções impressionantes, mas sim, símbolos da capacidade humana de superar limites e transformar cidades. Cada andar, cada parte de concreto e aço, carrega a marca de quem acredita que o alto nunca é o suficiente quando se trata de construir o futuro. E, foi assim que, ao longo de 130 anos, a Thá Engenharia construiu pontes entre técnica e inovação, história e futuro. Cada construção entregue é mais um capítulo da transformação urbana que continua elevando não só os empreendimentos, mas cidades inteiras.