Câmara dos EUA aprova pacote de Trump com corte de US$ 9 bilhões que afeta ajuda externa

18/07/2025

A proposta segue agora para a Casa Branca para ser sancionada. Nas redes sociais, presidente republicano comemorou decisão: 'Os republicanos tentaram fazer isso por 40 anos, e falharam'.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na madrugada desta sexta-feira (18) um corte de US$ 9 bilhões — quase R$ 50 bilhões — proposto pelo presidente Donald Trump no financiamento da mídia pública e da ajuda externa. A proposta segue agora para a Casa Branca para ser sancionada.

O projeto de cortes foi aprovado por 216 votos a 213. Nesta semana, o Senado alterou o pacote para excluir o corte de US$ 400 milhões — cerca de R$ 2 bilhões — destinados a um programa de prevenção a HIV/AIDS chamado PEPFAR.

Segundo a agência de notícias Reuters, apenas dois republicanos votaram contra o corte — os deputados Brian Fitzpatrick, da Pensilvânia, e Mike Turne, de Ohio. A agência informou, também, que todos os democratas votaram contra.

"Estamos dando um pequeno passo para cortar gastos desnecessários, mas um grande salto em direção à sanidade fiscal", disse o deputado Aaron Bean, republicano da Flórida, que defendeu que a Casa Branca envie pacotes semelhantes de cortes todos os meses.

Já o líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, rebateu dizendo que o corte "mina capacidade de manter o povo seguro e de projetar o poder brando dos Estados Unidos ao redor do mundo". Ele também afirmou que o acesso de americanos em áreas rurais a informações de emergência via rádio público será prejudicado.

Segundo os republicanos, os fundos de ajuda externa antes eram destinados a programas considerados inúteis e o financiamento de US$ 1 bilhão — cerca de R$ 5.5 bilhões — à mídia pública apoiava rádios e canais como a PBS, que seriam "parciais contra visões conservadoras".

Votação atrasada por caso Epstein

Ainda de acordo com a Reuters, a votação sobre os cortes atrasou por horas devido a discussões sobre outras questões — incluindo pressões por mais transparência do governo em relação ao caso do falecido financista e criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein.

Para atender a essas demandas sem impedir o avanço da proposta de cortes, os republicanos no Comitê de Regras da Câmara apresentaram uma resolução que exige que o procurador-geral dos EUA divulgue documentos relacionados a Epstein no prazo de 30 dias.

No entanto, o deputado democrata Jim McGovern, de Massachusetts, chamou a medida de "comunicado de imprensa disfarçado", já que não há mecanismo para forçar o Departamento de Justiça a cumpri-la.

Sobre o mesmo caso, na noite desta quinta (17), o jornal The Wall Street Journal (WSJ) afirmou que o presidente enviou uma suposta carta de aniversário ao bilionário Jeffrey Epstein com um desenho de uma mulher nua. Trump afirmou que a história é falsa e que vai processar o jornal.

Casa Branca promete novos cortes

Funcionários da administração Trump prometeram enviar mais pedidos de cortes ao Congresso, afirma a Reuters.

O corte aprovado nesta sexta (18) representa apenas uma pequena fração dos fundos que o governo Trump tem segurado enquanto busca implementar cortes maiores.

Segundo parlamentares democratas, a administração já bloqueou mais de US$ 425 bilhões em gastos autorizados pelo Congresso desde o início do segundo mandato de Trump, em janeiro.

Nas redes sociais, o presidente Trump comemorou a aprovação.

"A câmara aprovou pacote de cortes de U$ 9 bilhões, incluindo a horrível NPR e a transmissão pública, onde bilhões de dólares por ano eram desperdiçados. Os republicanos tentaram fazer isso por 40 anos, e falharam... mas agora não mais. Isso é enorme!", disse em post.