Cid retira tornozeleira eletrônica e inicia cumprimento de pena

Por ter feito acordo de delação premiada, ele recebeu a menor pena entre os condenados no julgamento de 11 de setembro

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), passou por audiência nesta segunda-feira (3), no Supremo Tribunal Federal (STF), e retirou a tornozeleira eletrônica para iniciar o cumprimento de sua pena, em regime aberto.
Cid foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto no julgamento do núcleo 1 da trama golpista, em 11 de setembro.
Por ter assinado acordo de delação premiada durante as investigações, ele recebeu a menor pena entre os 8 réus condenados no julgamento, entre eles o próprio Bolsonaro.
Na audiência desta segunda-feira, Mauro Cid recebeu as orientações que deverá seguir durante o cumprimento da pena, da juiza Flavia Martins de Carvalho, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.
O militar está proibido de sair de Brasília e deverá cumprir recolhimento domiciliar entre as 20h e as 6h. O recolhimento deverá integral nos finais de semana, ou seja, ele não poderá sair de casa.
Cid também está proibido de portar armas, utilizar as redes sociais e se comunicar com investigados nos processos sobre a trama golpista.
Por ter delatado os fatos que presenciou durante o período em que trabalhou com Bolsonaro, ele terá benefícios, como deixar de usar tornozeleira eletrônica e poderá ter escolta de agentes da Polícia Federal para fazer a sua segurança e de familiares.
Os bens dele também vão ser desbloqueados.
No dia 11 de setembro, por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou Cid, Bolsonaro e mais cinco réus pelos crimes de crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem foi condenado somente pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Deputado federal em exercício, Ramagem foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e respondia somente a três dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os recursos de Bolsonaro e demais acusados serão julgados pela Primeira Turma da Corte a partir do dia 7 de novembro.


