Conheça Britannic, o terceiro "irmão" do Titanic

15/11/2025

O navio foi planejado para ser o maior e mais seguro da classe dos grandes transatlânticos

O HMHS Britannic foi o terceiro navio da classe Olympic de transatlânticos, ao lado dos "irmãos"RMS Olympic e do RMS Titanic. A estrutura, porém, nunca teve a chance de navegar como um transatlântico de luxo, como planejado pela White Star Line.

Planejado para ser maior e mais seguro que seus irmãos, acabou tendo seu destino selado pela Primeira Guerra Mundial, reformado em navio-hospital e afundado em 1916, no mar Egeu, após supostamente atingir uma mina. As informações são da Britannica.

Britannic: o último dos irmãos

O navio Britannic foi construído pela empresa naval Harland and Wolff, em Belfast, que iniciou a construção em 30 novembro de 1911.

A classe Olympic havia sido idealizada em 1907 com o objetivo de oferecer conforto e não velocidade, e inicialmente incluía apenas o Olympic e o Titanic. O terceiro navio foi pensado depois, e planejado para ser o maior e mais luxuoso.

Porém, tudo mudou quando o Titanic afundou em abril de 1912. O navio ainda em construção foi redesenhado para incorporar várias modificações de segurança.

E recebeu reforços estruturais e de segurança, incluindo mais botes salva-vidas e os compartimentos estanques foram ampliados, totalizando 17 seções. Além disso, seu nome foi alterado de Gigantic para Britannic.

Depois de finalizado, o navio foi lançado ao mar em 26 de fevereiro de 1914. O Britannic deveria iniciar suas operações comerciais no ano seguinte, mas, com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, acabou sendo requisitado como navio-hospital em 1915.

Quando concluído, media cerca de 882 pés (269 metros) de comprimento e possuía uma tonelagem bruta de 48.158.

Da promessa de luxo ao serviço de guerra

Em 23 de dezembro de 1915, o Britannic fez sua viagem inaugural, partindo de Liverpool, na Inglaterra, rumo à ilha grega de Lemnos, via Nápoles.

Após resgatar cerca de 3.300 vítimas, seguiu para Southampton, onde atracou em 9 de janeiro de 1916. O navio ainda completou outras duas missões antes de ser dispensado do serviço de guerra em junho de 1916.

No entanto, dois meses depois, foi novamente requisitado. Em 12 de novembro de 1916, o Britannic partiu de Southampton para Lemnos em sua sexta viagem.

O naufrágio

Na manhã de 21 de novembro de 1916, por volta das 8h15, durante sua sexta missão como navio-hospital, o Britannic navegava a poucos quilômetros da ilha de Kéa, na Grécia, quando ocorreu uma explosão.

Relatórios iniciais sugeriram que o navio teria sido atingido por uma mina ou um torpedo, embora investigações posteriores apontassem que a causa mais provável fosse uma mina. Isso porque foi confirmado que submarinos alemães haviam lançado os explosivos na área semanas antes do acidente.

Embora os danos tenham sido grandes, apenas seis dos compartimentos estanques inundaram e o navio permaneceu flutuando. Mas à medida que o navio se inclinava, a água começou a entrar em vigias abertas a estibordo.

Em uma tentativa de encalhar o navio ao largo de Kéa, o capitão Charles Bartlett ordenou que se usasse toda a velocidade. O movimento, no entanto, fez com que mais água entrasse no navio, e Bartlett rapidamente ordenou que os motores parassem.

Aproximadamente às 9h07, o Britannic afundou por completo. Diferente do Titanic, que levou 2 horas e 40 minutos para desaparecer, o Britannic afundou em cerca de 55 minutos.

Diversas embarcações, entre elas o Flagelo e o Heroico, participaram do resgate dos sobreviventes. Apesar da rapidez do naufrágio, apenas 30 pessoas perderam a vida, enquanto mais de 1.030 foram resgatadas.

Descoberta dos destroços

Em 1975, o explorador francês Jacques Cousteau descobriu os destroços do navio deitado a estibordo a 119 metros de profundidade, mas surpreendentemente bem preservado. O casco permanecia quase intacto, exceto por um buraco em sua proa.