Empresária investe R$ 18 mil para guinchar e 'ressuscitar' árvore que remete à infância em Apucarana

02/08/2025

Falsa-seringueira caiu na região do cemitério de Apucarana e foi transportada, a pedido de Josilene, até chácara a dez quilômetros de distância. Replantio da árvore foi concluído há sete meses e brotos voltaram a nascer.

Quando a árvore que fez parte da infância dela caiu em frente ao cemitério de Apucarana, no norte do Paraná, Josilene Bertolin Irmer nem fazia ideia que ali começaria uma história que, agora, completou sete meses. Neste tempo, foram gastos aproximadamente R$ 18 mil reais para transporte, replantio e cuidados. A recompensa para a empresária, depois de tanto esforço, é ver os primeiros brotos aparecendo no tronco.

Em entrevista a imprensa, Josilene explicou que quando era criança e ainda morava em Bom Sucesso, viajava com a família os 34 quilômetros até Apucarana e ficava sob a sombra das folhas daquela Ficus elastica - conhecida como falsa-seringueira - brincando e tomando sorvete.

"Coisa de criança, a gente brincava de esconde-esconde", ela lembra. 

Os anos passaram, Josilene passou a morar na cidade onde a ávore estava plantada. Deste modo, permaneceu cuidando e visitando ela.

No dia 10 de dezembro de 2024, já com 48 anos, a empresária estava trabalhando quando soube que a falsa-seringueira de 12 metros caiu sobre os carros estacionados na Rua Ucrânia. À época, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) explicou a imprensa que a raiz havia apodrecido. 

Josilene passou pelo local, recolheu alguns galhos e foi para casa. Mas não demorou muito para decidir que precisava fazer algo: ela iria fazer aquela árvore voltar à vida. "Eu falei 'não, eu não estou louca, eu quero ela para mim'", lembra.

Com o aval da Sema, a empresária contratou dois guinchos - porque o primeiro não aguentou levantar a árvore - e conseguiu, com um caminhão, levar o tronco que restou até o Patrimônio Rural de São Sebastião do Barreiro, a dez quilômetros de distância, onde tem uma chácara.

A falsa-seringueira foi plantada com quatro metros dentro do chão e seis para fora. Ali, começou o trabalho para ela renascer.

Cuidados

Para que as raízes aumentassem e o tronco não apodrecesse no lugar em que foi cortado, Josilene montou um sistema que irriga a árvore ininterruptamente. Dois canos - que estão em locais escondidos embaixo da terra - permitem adubação diária. Além disso, são aplicados remédios apropriados para a espécie.

A "Esperança", como a árvore é carinhosamente chamada por Josilene, está isolada por grades e é acompanhada por uma câmera. Desta forma, ela monitora a falsa-seringueira mesmo sem estar no local.

Os R$ 18 mil investidos é a soma de transporte, replantio e esses cuidados citados acima.

Primeiros brotos

Foram dois meses sem sinais de que havia recuperação, mas isso não significou que Josilene havia desistido da árvore.

"Conversei com ela [árvore], falei 'agora depende de você, não depende mais de mim'", a empresária lembra.

Foi depois dessa "conversa", a primeira folha verde surgiu entre as cascas do tronco e raízes apareceram na terra.

Hoje em dia, dez brotos nasceram. Cada um deles fez a empresária ter certeza de que valeu a pena todo gasto.

Próximos passos

Este não chega nem perto de ser o último capítulo dessa história. Josilene ainda se imagina sentada, embaixo de uma nova copa da velha árvore, tomando sorvete com os futuros netos.

"Eu quero que Deus me dê pelo menos mais uns 50 anos aí para eu ver ela com o tamanho daquela copa", a empresária planeja.