Energia solar gera economia a longo prazo; investimento inicial não precisa ser alto

Com valores a partir de R$ 6 mil é possível montar um sistema em casa.
A energia solar já representa 17,4% da produção de energia no Brasil, e a cada dia mais pessoas aderem a esta fonte de energia renovável, principalmente visando a economia na conta de luz.
Mas em Curitiba muitos consumidores ainda têm dúvida se tal investimento realmente vale à pena. Na Capital, a partir de R$ 6.000, já é possível instalar um sistema de energia solar em residências.
Segundo especialistas, esse investimento, além de contribuir para a preservação do planeta, pode resultar em uma significativa economia a longo prazo, tornando a energia solar mais acessível e viável para muitas pessoas.
Segundo a Derick Brito, coordenador comercial de painéis solares e especialista no assunto, um sistema de energia solar leva aproximadamente seis anos para "se pagar", em média, ou seja, economizar em gastos o valor que foi investido. Porém, considerando a durabilidade de 30 anos do sistema, serão 24 anos de lucro para a residência.
É importante destacar que o valor e a quantidade de painéis necessários para um sistema solar variam de acordo com o consumo de energia e o tamanho da residência, sendo uma solução personalizada para cada caso.
Isso significa que, para calcular o valor exato e a quantidade de painéis, é necessário considerar o perfil de consumo de energia de cada família, tornando a instalação de sistemas solares uma solução flexível e adaptável a diferentes necessidades, explica Brito.
Existem três tipos principais de sistemas solares. No sistema isolado, a energia é armazenada em baterias para consumo próprio. No conectado à rede, gera-se energia para o consumo imediato e envia-se o excedente para a rede elétrica.
Já o híbrido combina a energia solar com outras fontes, como geradores ou redes de distribuição.
Curitiba tem sol?
Curitiba, conhecida como uma capital nublada, possui um grande potencial para a geração de energia solar. Embora a cidade tenha uma fama de clima mais fechado, o sistema de energia solar utiliza a radiação para gerar eletricidade, e Curitiba apresenta uma média de insolação de 800 kWh/m², conforme dados da Nasa e do Inpe.
Em comparação, a Alemanha, um dos países líderes em investimentos em energia solar, tem uma média de apenas 250 kWh/m². Isso demonstra o enorme potencial de Curitiba para aproveitar essa fonte de energia limpa e renovável.
Como funciona a "venda" de energia excedente produzida na sua casa?
Em Curitiba, assim como em outras regiões do Brasil, é possível vender a energia solar excedente por meio do sistema de compensação de energia, chamado de net metering.
Quando um sistema solar está conectado à rede elétrica, ele pode gerar mais energia do que a residência consome, especialmente em dias ensolarados.
O excedente é enviado para a rede elétrica local, e o proprietário do sistema solar recebe créditos por essa energia gerada.
Esses créditos podem ser usados para abater o valor das contas de energia elétrica nos meses seguintes, o que pode resultar em uma redução significativa no custo da conta de luz.
Em Curitiba, a Copel (Companhia Paranaense de Energia) é a responsável pela distribuição de energia e a compensação dos créditos gerados pelo sistema solar. O processo funciona de maneira simples: a energia gerada em excesso é injetada na rede da Copel, e os créditos acumulados são descontados das contas de energia subsequentes, com validade de até 60 meses.
Um exemplo dessa prática é a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que gera uma economia de R$ 2,6 milhões por ano com o uso de placas solares.
A UTFPR tem 3.098kWp (quilowatt-pico) de potência nas placas instaladas e que fornecem, em média, 461.496 kWh (quilowatt-hora) de energia.
Para participar desse sistema de compensação, o proprietário do sistema solar precisa registrar o seu projeto junto à distribuidora local, no caso, a Copel, e seguir as exigências técnicas para garantir que o sistema está adequado para injetar energia na rede. Além disso, é necessário fazer a medição da energia injetada por um medidor bidirecional, que é instalado pela distribuidora. Com isso, é possível receber os créditos conforme a energia solar gerada.
Ranking
Paraná em terceiro
Segundo recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Paraná acaba de assumir a terceira posição no ranking estadual de geração própria solar.
Com seus 3,2 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos, a região acumula mais de R$ 15,2 bilhões em investimentos.
Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Paraná a geração de mais de 97 mil empregos e a arrecadação de R$ 4,6 bilhões aos cofres públicos.
O território paranaense possui mais de 242 mil conexões operacionais, espalhadas por 399 cidades, ou 100 % dos 399 municípios da região. Atualmente, são mais de 346 mil consumidores de energia elétrica, que já contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica.
Para ampliar a sustentabilidade no estado, a ABSOLAR recomenda a criação e ampliação de programas, políticas e mais incentivos locais para o avanço da energia solar, incluindo, por exemplo, a inclusão da tecnologia fotovoltaica nos prédios públicos em geral, nas casas populares e nos programas de universalização de acesso à eletricidade.
Um exemplo bem-sucedido é o programa RenovaPR, lançado pelo governo paranaense com o apoio da ABSOLAR e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), com o objetivo de fomentar o avanço da tecnologia fotovoltaica junto aos produtores agrícolas.
lana Morzelli, especial para o Bem Paraná, sob supervisão de Mario Akira
