Família britânica tenta embarcar em voo com idosa morta

O caso aconteceu no trajeto entre a Málaga e Londres; incidente provocou um atraso de 12 horas

Uma tentativa de embarcar uma idosa britânica de 89 anos, que já estava morta, provocou um atraso de cerca de 12 horas em um voo da easyJet. O caso aconteceu na quinta-feira (18), no aeroporto de Málaga, quando cinco familiares tentaram transportar a mulher para Londres. As informações são da Euronews.
Segundo relatos de passageiros, a mulher foi levada até a aeronave em uma cadeira de rodas, enquanto os familiares afirmavam que ela "não estava bem" e que estava apenas "dormindo". Testemunhas relataram ainda que alguns parentes chegaram a se identificar como médicos para tranquilizar as pessoas.
A idosa chegou a ser acomodada na parte traseira do avião, que já se deslocava para a pista quando a tripulação percebeu que a mulher já não apresentava sinais vitais. A aeronave retornou ao terminal, e a viagem que tinha previsão de decolagem às 11h15 acabou sofrendo um atraso de quase 12 horas.
Uma das passageiras, Tracy-Ann Kitching, relatou nas redes sociais que viu a mulher sendo conduzida a bordo com dificuldade para manter a cabeça erguida. Segundo ela, um médico que estava no voo confirmou que a idosa já estava morta quando foi colocada no assento.
Outra passageira, Petra Boddington, criticou a atuação da equipe de solo e afirmou que a mulher aparentava estar inconsciente e caída na cadeira de rodas.
A compania aérea alega que a passageira estava viva no momento do embarque
Em nota, a companhia aérea easyJet negou que tenha autorizado o embarque de uma pessoa já falecida. Um porta-voz afirmou que a passageira possuía um certificado de aptidão para voar e estava viva no momento do embarque.
Segundo a empresa, "o voo regressou ao slot antes da decolagem devido ao fato de uma cliente a bordo necessitar de assistência médica urgente. O voo foi recebido pelos serviços de emergência, mas infelizmente a cliente faleceu".
A Guarda Civil de Málaga confirmou que agentes foram acionados e que a morte da mulher foi declarada. Apesar da gravidade do episódio, não houve prisões, e o voo só partiu para Londres às 22h47, cerca de 12 horas após o horário inicialmente previsto.
Alguns passageiros ainda sugeriram que a família tenha tentado evitar os altos custos e a burocracia do repatriamento internacional de um corpo.
O transporte internacional de cadáveres é um processo complexo que envolve a obtenção de documentações oficiais, autorizações sanitárias e, em muitos casos, procedimentos como o embalsamamento. Os custos podem variar entre 3 mil e 6 mil euros apenas para o transporte aéreo.
Em casos de repatriamento internacional, os cadáveres são transportados em voos de carga, em caixões especiais e não em aeronaves comerciais de passageiros. Quando o transporte é permitido em voos comerciais, são necessários protocolos sanitários rigorosos e documentação específica.


