Filhote de baleia jubarte encalha e morre em praia do Paraná

20/06/2025

Um filhote de baleia jubarte, de aproximadamente sete metros de comprimento, morreu nas areias de uma das praias de Pontal do Paraná, município do Litoral paranaense. O animal, de dois anos, chegou a ser encontrado com vida, mas não resistiu. 

Conforme as informações da Prefeitura de Pontal, o cetáceo foi visto pelos moradores que acionaram a equipe de equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por meio do Projeto de Monitoramento de Praias, os integrantes fazem o monitoramento diário da costa.

 A bióloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Camila Domit, que atua como professora e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC/UFPR), explicou que o animal foi encontrado durante um trabalho rotineiro de monitoramento.

"Fazemos o monitoramento das praias todos os dias, e hoje, durante essa rotina, encontramos a baleia. Moradores estavam na área e nos acionaram por diversos contatos da universidade. Quando a equipe chegou, o animal ainda estava vivo, mas bastante debilitado", contou.

Filhote de baleia estava desnutrido e tinha parasitas

Segundo a bióloga, o estado da baleia indicava sinais graves de desnutrição, além da presença de parasitas, como o ciamídeo (popularmente conhecido como piolho de baleia).

"Esse tipo de parasita costuma aparecer quando o animal já não está bem de saúde. Além disso, o corpo apresentava sinais de caquexia, uma magreza extrema que aponta para um longo período de sofrimento",

detalhou Camila.

Espécie jubarte

A espécie jubarte (Megaptera novaeangliae) é conhecida por migrar anualmente pela costa brasileira, especialmente entre os meses de junho e julho, quando deixa a região Antártica rumo ao litoral do país para reprodução. "Esse período é sazonal. Todos os anos vemos baleias passando por aqui, é natural do ciclo migratório delas", observou a pesquisadora.

De acordo com a equipe da UFPR, a baleia encontrada é um animal jovem, possivelmente em seu segundo ano de vida. A causa exata da morte será investigada por meio de necropsia, a ser realizada após a imobilização do corpo.

O procedimento deve apontar se o filhote sofria por falta de alimento, exposição a contaminantes ou doenças ligadas ao ambiente marinho.

Embora a espécie esteja em processo de recuperação desde o fim da caça comercial no Brasil, encerrada na década de 1990, as jubartes ainda enfrentam desafios para sobreviver, principalmente nos primeiros anos de vida.

O prefeito de Pontal do Paraná, Rudão Gimenes, falou sobre a importância do trabalho conjunto com a universidade.

"A Prefeitura apoia a Universidade Federal do Paraná e sempre que necessário, seja para ajudar na remoção de animais ou em outras ações, atua junto, cuidando do nosso litoral." afirma.

Casos como este mostram o valor do monitoramento constante realizado em Pontal do Paraná, que possibilita acompanhar de perto a presença dessas gigantes do mar por meio do trabalho diário dos biólogos, professores e estudantes da Universidade Federal do Paraná.