Filhote de baleia jubarte encalha e morre em praia do Paraná

Um filhote de baleia jubarte, de aproximadamente sete metros de comprimento, morreu nas areias de uma das praias de Pontal do Paraná, município do Litoral paranaense. O animal, de dois anos, chegou a ser encontrado com vida, mas não resistiu.
Conforme as informações da Prefeitura de Pontal, o cetáceo foi visto pelos moradores que acionaram a equipe de equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por meio do Projeto de Monitoramento de Praias, os integrantes fazem o monitoramento diário da costa.
A bióloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Camila Domit, que atua como professora e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC/UFPR), explicou que o animal foi encontrado durante um trabalho rotineiro de monitoramento.
"Fazemos o monitoramento das praias todos os dias, e hoje, durante essa rotina, encontramos a baleia. Moradores estavam na área e nos acionaram por diversos contatos da universidade. Quando a equipe chegou, o animal ainda estava vivo, mas bastante debilitado", contou.
Filhote de baleia estava desnutrido e tinha parasitas
Segundo a bióloga, o estado da baleia indicava sinais graves de desnutrição, além da presença de parasitas, como o ciamídeo (popularmente conhecido como piolho de baleia).
"Esse tipo de parasita costuma aparecer quando o animal já não está bem de saúde. Além disso, o corpo apresentava sinais de caquexia, uma magreza extrema que aponta para um longo período de sofrimento",
detalhou Camila.
Espécie jubarte
A espécie jubarte (Megaptera novaeangliae) é conhecida por migrar anualmente pela costa brasileira, especialmente entre os meses de junho e julho, quando deixa a região Antártica rumo ao litoral do país para reprodução. "Esse período é sazonal. Todos os anos vemos baleias passando por aqui, é natural do ciclo migratório delas", observou a pesquisadora.
De acordo com a equipe da UFPR, a baleia encontrada é um animal jovem, possivelmente em seu segundo ano de vida. A causa exata da morte será investigada por meio de necropsia, a ser realizada após a imobilização do corpo.
O procedimento deve apontar se o filhote sofria por falta de alimento, exposição a contaminantes ou doenças ligadas ao ambiente marinho.
Embora a espécie esteja em processo de recuperação desde o fim da caça comercial no Brasil, encerrada na década de 1990, as jubartes ainda enfrentam desafios para sobreviver, principalmente nos primeiros anos de vida.
O prefeito de Pontal do Paraná, Rudão Gimenes, falou sobre a importância do trabalho conjunto com a universidade.
"A Prefeitura apoia a Universidade Federal do Paraná e sempre que necessário, seja para ajudar na remoção de animais ou em outras ações, atua junto, cuidando do nosso litoral." afirma.
Casos como este mostram o valor do monitoramento constante realizado em Pontal do Paraná, que possibilita acompanhar de perto a presença dessas gigantes do mar por meio do trabalho diário dos biólogos, professores e estudantes da Universidade Federal do Paraná.
