Fisioterapeuta é preso em Curitiba por falsificar medicamentos e por exercício ilegal da medicina

10/04/2025

Investigações começaram após paciente denunciar problema em procedimento. Suspeito não teve o nome divulgado.

Um fisioterapeuta de 38 anos foi preso em flagrante suspeito de falsificar medicamentos, armazenar e vender produtos impróprios para consumo e também por exercício ilegal da medicina, segundo a Polícia Civil (PC-PR). A prisão aconteceu na segunda-feira (7), em Curitiba.

De acordo com a delegada Aline Manzatto, em dezembro de 2024, um paciente de 41 anos registrou uma ocorrência relatando necrose em uma área íntima após realizar um procedimento de harmonização com o profissional.

"Em função disso, ele achou que o produto aplicado podia ser diferente do que ele tinha falado, ou seja, que não seria ácido hialurônico e sim PMMA", disse.

⚠️ PMMA é uma sigla para polimetilmetacrilato, um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. No Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige registro para uso do PMMA para preenchimento subcutâneo, pois é uma substância considerada de máximo risco.

O nome do suspeito não foi divulgado.

Depois da denúncia, a polícia realizou as investigações e, junto de fiscais da Vigilância Sanitária, foram até o consultório de fisioterapia pélvica do homem e encontraram diversas irregularidades como transporte de materiais médicos descartáveis (seringas e agulhas) em mochila, armazenamento de Botox sem refrigeração e sem nota fiscal e lixo hospitalar descartado em lixo comum.

"Havia um paciente lá sendo atendido que veio de Goiás até Curitiba porque o procedimento daqui, feito por esse fisioterapeuta é muito mais barato. O procedimento com médico ficaria em torno de R$ 30 mil e ali o paciente pagava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil", explicou Manzatto.

No local, a delegada explicou que o produto PMMA não foi encontrado, contudo, os demais produtos como cânulas, ácido hialurônico e anestésicos estavam sem registros da Anvisa.

A delegada informou que foram localizados também materiais vencidos, frascos sem identificação e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, que é proibido para esse fim.

O suspeito atuava, além de Curitiba, nos municípios de Balneário Camboriú (SC), Campinas e São Paulo (SP), e Rio de Janeiro.

Segundo a delegada, o suspeito tem mais de 10 mil seguidores em uma rede social e divulgava diversas cirurgias íntimas realizadas por ele.

A Vigilância Sanitária interditou o local e o homem foi encaminhado ao sistema penitenciário.

Somadas as penas pelos crimes cometidos, ele poderá cumprir até 22 anos de prisão, conforme explicou a delegada.