Governo testa substância que apaga incêndio mais rápido do que água

30/09/2024

A substância, de origem nacional e usada como fertilizante na agricultura, é capaz de conter um incêndio 5 vezes mais rápido do que água.

A Defesa Civil calcula que a substância reduzirá em até 60% os gastos com aeronaves utilizadas em grandes queimadas.

Com o estado ainda tomado por incêndios florestais, o governo de São Paulo iniciou testes com um produto capaz de apagar o fogo cinco vezes mais rápido do que o uso da água. 

A substância, de origem nacional e usada como fertilizante na agricultura, também possui efeito retardante, impedindo que o incêndio recomece onde já foi controlado. O plano é aplicar o produto com aviões em grandes incêndios florestais, inicialmente em unidades de conservação. 

O estado de São Paulo, que enfrenta situação de seca de moderada a severa desde maio, já registrou 7.792 queimadas este ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

O número é cinco vezes maior que os incêndios registrados no mesmo período do ano passado, quando aconteceram 1.488 focos. Este ano, ao menos quatro pessoas - três brigadistas que combatiam as chamas e um trabalhador rural cercado pelo fogo - morreram em incêndios florestais no interior paulista.

Os testes realizados com o produto pela Defesa Civil estadual em ambiente controlado mostraram a extinção do fogo em um minuto e 40 segundos, enquanto a água conseguiu controlar situação semelhante em 5 minutos. "O produto potencializa até cinco vezes a capacidade da água em apagar as chamas, o que significa que nós podemos levar cinco vezes menos tempo para apagar os incêndios em nossa floresta", explicou em vídeo o tenente Maxwell de Souza, da Defesa Civil estadual.

O líquido vermelho, resultante da mistura da substância com água, já foi testado em um incêndio real na região de Ribeirão Preto, no início de setembro, com resultados satisfatórios. 

A Defesa Civil calcula que a substância reduzirá em até 60% os gastos com aeronaves utilizadas em grandes queimadas, levando em conta o tempo ganho na substituição da água pelo produto.