Hamas aceita liberar reféns israelenses após ultimato de Trump

Grupo terrorista concorda com proposta após pressão do presidente dos EUA, mas condiciona acordo a cessar-fogo
O Hamas anunciou nesta sexta-feira (3) que aceitou liberar os 48 reféns israelenses ainda em seu poder, após ultimato emitido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A decisão ocorre em meio ao plano de paz de 20 pontos apresentado pela Casa Branca na última segunda-feira (29), ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O conflito em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, com o ataque do Hamas que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses e no sequestro de 251 pessoas.
Após quase dois anos de guerra, 48 reféns permanecem com o Hamas, cerca de 20 deles vivos, sem avanços nas negociações.
Na manhã desta sexta (3), Trump publicou em sua rede Truth Social um ultimato ao Hamas, fixando prazo até domingo (5), às 18h em Washington, para aceitar o plano.
"Se este acordo de ÚLTIMA CHANCE não for alcançado, todo o INFERNO, como ninguém jamais viu, explodirá contra o Hamas. Haverá PAZ no Oriente Médio de uma forma ou de outra" , comunicou.
Netanyahu reforçou que Israel "terminará o trabalho" caso o plano fosse rejeitado.
Poucas horas depois, o Hamas divulgou comunicado afirmando que libertará os reféns, vivos ou mortos, de acordo com a fórmula prevista no plano americano.
O texto cita "os esforços árabes, islâmicos, internacionais e americanos" para uma solução política e manifesta abertura a negociações mediadas por países como Egito, Qatar e Turquia.
No entanto, condicionou a entrega dos reféns ao cessar-fogo e retirada israelense, sem mencionar desarmamento nem renúncia ao governo de Gaza, pontos centrais da proposta.
O plano de paz de Trump prevê cessar-fogo imediato, libertação dos reféns em troca de 250 palestinos condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos desde 2023, além de desarmamento monitorado do Hamas, com anistia para integrantes que entregarem armas.
Também inclui transição de Gaza para um painel internacional de paz, ajuda humanitária e reconstrução da região, além da manutenção de uma zona-tampão israelense. Israel aceitou os termos, enquanto Egito e Qatar pediram ajustes.
Trump repostou a nota do Hamas e gravou mensagem no Salão Oval, exigindo que Israel suspenda bombardeios em Gaza para permitir a libertação.
