Hoje na História

Explorar a história através das datas é uma maneira fascinante de aprender mais sobre o passado do Brasil e do mundo. Diariamente, eventos e acontecimentos importantes deixam sua marca na história.
A popularização do Dia da Mentira

No dia 1o de abril de 1700, ingleses brincalhões começaram a popularizar a tradição anual do Dia da Mentira, pregando peças uns nos outros. Apesar de o dia, chamado de "April Fool's Day" em inglês, ser celebrado por séculos em diferentes culturas, suas origens exatas permanecem um mistério.
Alguns historiadores acreditam que o Dia da Mentira remonta a 1582, quando a França mudou do calendário juliano para o gregoriano, conforme solicitado pelo Conselho de Trento, em 1563. Pessoas que demoravam a receber as notícias ou para entender que o início do ano tinha passado para janeiro e continuavam a comemorá-lo na virada da última semana de março para primeiro de abril se tornaram alvos de trotes e brincadeiras. Eram colocados peixes de papel suas costas e elas eram chamadas de "poisson d'avril" (peixe de abril), que simbolizava um animal aquático facilmente capturado, ou seja, uma pessoa ingênua.
Historiadores também relacionam o Dia da Mentira a festivais antigos como o Hilaria, que era celebrado em Roma no final de março e no qual as pessoas usavam fantasias. Existe também uma hipótese que o Dia da Mentira estava vinculado ao equinócio de primavera ou o primeiro dia dessa estação no hemisfério norte, quando a mãe natureza engana as pessoas com um tempo mutável e imprevisível.
O Dia da Mentira se espalhou pela Grã Bretanha no século XVIII. Na Escócia, a tradição se tornou um evento de dois dias, começando com o "hunting the gowk", no qual as pessoas eram enviadas em falsas missões ("gowk" é uma palavra regional para o pássaro cuco, um símbolo da pessoa estúpida), e seguido pelo "Tailie Day", que incluía brincadeiras com os bumbuns alheios, como colocar rabos falsos ou avisos de "me chute".
Nos tempos modernos, as pessoas têm feito grandes esforços para elaborar os trotes do Dia da Mentira. Jornais, estações de rádio, canais de TV e sites na web têm participado da tradição do 1º de abril, noticiando fatos ficcionais e escandalosos e enganando sua audiência. Em 1957, a BBC informou que fazendeiros suíços estavam tendo uma safra recorde de espaguete e mostrou imagens de agricultores colhendo macarrões de árvores – vários espectadores foram iludidos. Em 1985, a revista Sports Illustrated pregou uma peça em vários de seus leitores quando publicou um artigo sobre um arremessador de baseball novato chamado Sidd Finch, que podia lançar uma bola a 270 km por hora. Em 1996, a Taco Bell, uma cadeia de restaurantes fast food, enganou as pessoas quando anunciou que havia concordado em comprar o Sino da Liberdade (Liberty Bell), na Filadélfia e pretendia renomeá-lo de Taco Bell Liberty. Em 1998, depois que o Burger King fez uma propaganda do "Left-Handed Whopper" (Whopper canhoto), inúmeros clientes pediram o falso hambúrguer.
Nasce a apresentadora Ana Maria Braga, referência da TV brasileira

A apresentadora Ana Maria Braga nasceu em 1° de abril de 1949, em São Joaquim da Barra (SP). Durante mais de 40 anos de carreira, ela se tornou referência em programas de entretenimento da televisão brasileira. Desde 1999 ela apresenta o Mais Você, uma das mais bem-sucedidas atrações da Rede Globo.
Filha do italiano Natale Giuseppe Maffeis e da brasileira Lourdes Braga, Ana Maria passou a infância e a adolescência estudando em internatos no interior de São Paulo. Na adolescência, disposta a fazer faculdade, começou a trabalhar para poder se formar bióloga pela Universidade Estadual Paulista, em São José do Rio Preto. Após se graduar, ela se mudou para a capital paulista com o objetivo de fazer especialização na área.
Para pagar os estudos em São Paulo, Ana Maria conseguiu um emprego na extinta TV Tupi. Durante os seis anos em que trabalhou na emissora, produziu e dirigiu programas, além de apresentar um telejornal. Entusiasmada com a nova atividade, ela cursou a faculdade de jornalismo. Com o fim da TV Tupi, Ana Maria trabalhou como assessora de imprensa e diretora comercial das revistas femininas da Editora Abril.
Após dez anos longe da televisão, Ana Maria voltou a atuar na área em 1992. Por sete anos ela dirigiu, produziu e apresentou o programa Note e Anote, na Rede Record. Nessa época, ela criou algumas de suas marcas registradas, como usar luvas de modelos e cores diferentes e passar por debaixo da mesa do cenário da cozinha a cada vez que aprovava uma das receitas. Em um dos quadros do programa, foi apresentado o personagem Louro José, um fantoche de papagaio interpretado por Tom Veiga.
Apostando fortemente em culinária, inicialmente o programa ia ao ar entre 10h e 13h. Em 1996, a atração mudou para o horário das 13h às 18h, quando atingiu sua fase de maior sucesso. Foi quando a atração passou a disputar o primeiro lugar com a Rede Globo e se tornou o programa com maior número de anunciantes na televisão naquele ano.
Em 1999, Ana Maria foi para a Globo, onde passou a comandar o programa Mais Você, mesclando entretenimento e jornalismo. À frente da atração, além de participar de coberturas jornalísticas, ela entrevistou uma série de personalidades nacionais e internacionais.
Durante sua carreira, Ana Maria também compartilhou alguns de seus dramas pessoais com o público. Em 2001, ela anunciou que sofria de câncer no intestino e se afastou temporariamente do programa, que passou a exibir conteúdo gravado previamente. Quatro meses depois, ela voltou a gravar a atração, já curada e com os cabelos curtos, em consequência da quimioterapia. Em 2020, ela anunciou a descoberta de um outro câncer, dessa vez no pulmão. Em abril do mesmo ano, ela comunicou que estava curada da doença após um tratamento.
Ator João Acaiabe, de Chiquititas e Sítio do Picapau Amarelo, morre de COVID-19

O ator João Acaiabe morreu em 1º de abril de 2021, em São Paulo, aos 76 anos. Ele estava internado devido à COVID-19. O artista se popularizou ao atuar nos programas infantis Chiquititas e Sítio do Picapau Amarelo.
Nascido e crescido em Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, Acaiabe iniciou sua carreira artística ainda na adolescência trabalhando como locutor de rádio. Após ter estudado na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), fez inúmeros trabalhos no teatro, cinema e TV. Um de seus trabalhos mais marcantes foi no programa Bambalalão, na TV Cultura, durante os anos 80, no qual contava histórias para o público infantil.
No teatro trabalhou com Plínio Marcos em várias peças, entre elas Barrela e Jesus Homem, na qual interpretava Cristo. Foi também professor de teatro do Colégio Santo Américo em São Paulo. Entre 2001 e 2006 interpretou o Tio Barnabé no seriado Sítio do Picapau Amarelo na TV Globo, personagem que lhe deu muita popularidade.
Em 2010, interpretou Pimpinonni na nova versão da novela de Uma Rosa com Amor, no SBT (papel que originalmente havia sido interpretado por Grande Otelo). Entre 2013 e 2015, ainda no SBT, participou do remake de Chiquititas como o cozinheiro Chico. Em 2018, após 11 anos longe da Rede Globo, participou da telenovela Segundo Sol. Em 2019, Acaiabe dublou o personagem Rafiki no filme O Rei Leão.
Morre o escritor e roteirista Marcos Rey

No dia 1o. de abril de 1999 morria, em São Paulo, o escritor e roteirista Marcos Rey. Ele também foi redator de programas de televisão e adaptou para TV os clássicos ?A Moreninha?, de Joaquim Manuel de Macedo e o ?Sítio do Pica-pau Amarelo?. Nascido em 17 de fevereiro de 1925, na capital paulista, ele ficou bastante conhecido pelos seus livros dirigidos ao público infanto-juvenil, mas também escreveu para os adultos. Ainda realizou a tradução de livros ao lado do irmão Márcio Donato. Nos anos 70, foi roteirista de diversos filmes de pornochanchada produzidos na Boca do Lixo, em São Paulo, como ?As Cangaceiras Eróticas? e ?O Inseto do Amor?. Nos anos 90, tornou-se colunista da revista ?Veja?. Em 1999, após voltar de uma viagem à Europa, Marcos Rey passou por uma cirurgia, mas não resistiu às complicações e morreu no dia 1o. de abril, aos 74 anos. Ele foi cremado e suas cinzas jogadas pela esposa pela cidade de São Paulo, durante um voo de helicóptero.
A trágica morte de Marvin Gaye: astro foi morto pelo próprio pai

Uma das mortes mais trágicas da música internacional acontecia em 01 de abril de 1984, quando Marvin Gaye foi assassinado por seu próprio pai. O cantor, em seus últimos anos de vida, sofria com uma grave depressão. Por conta de sua questão de saúde, após encerrar uma turnê decidiu se mudar para a casa de seus pais, onde se isolou e se afastou dos holofotes. Ao que tudo indica, o convívio com seu pai era bastante turbulento. Um dia antes de completar seu 45.º aniversário, após uma série de brigas, Gaye foi assassinado com um tiro por seu pai.
A suspeita é de que a briga teria começado após Gaye ver seus pais discutindo sobre a perda de alguns documentos. A arma utilizada no crime tinha sido um presente do filho ao pai.
Marvin Pentz Sr. foi condenado a seis anos de prisão, após ser declarado culpado por homicídio. A acusação de assassinato foi abandonada após médicos descobrirem que ele estava com um tumor cerebral. Ele passou o final de sua vida em um asilo, onde morreu de pneumonia em 1998.
O adeus trágico de Gaye chocou o mundo. O cantor foi um dos mais populares músicos de soul e R&B, além de arranjador, multi-instrumentista, compositor e produtor. Ganhou fama internacional durante os anos 1960 e 1970. Entre suas músicas mais famosas estão "Ain't No Mountain High Enough", "What's Going On" e "Let's Get It On".
