Julgamento de neonazistas acusados de matar casal por briga interna de poder na Grande Curitiba começa na quinta

17/03/2025

Seis suspeitos de integrarem um grupo de neonazistas irão a júri popular no dia 20 de março. 

Eles são acusados de matar o casal Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waeschter Ferreira durante festa neonazista em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba. O julgamento será no Fórum de Campina Grande do Sul.

O crime ocorreu em 2009. A data foi confirmada pelo assistente de acusação da família de Renata, advogado José Carlos Portella. O economista Ricardo Barollo, indicado como mandante do crime, deve ser julgado no dia 22 de maio.

O crime casou grande revolta em toda a comunidade. Investigações da Polícia Civil do Paraná apuraram que a morte do casal teria sido encomendada pelo líder do grupo, Ricardo Barollo, preso em São Paulo.
Outras cinco pessoas foram presas em 2009, em uma operação policial que se estendeu por São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde a arma do crime foi encontrada. Uma segunda arma foi ainda encontrada no Parque Barigui, em Curitiba.

A morte de Bernardo teria sido ordenada por Barollo após a vítima tentar se separar do movimento, conforme relado do delegado Francisco Caricati, responsável pelo caso na época. Barollo seria o líder do movimento nazista no Brasil e queria escolher um novo líder para atuar no Paraná. A escolha seria no dia da festa, 20 de abril, data de aniversário do líder nazista Hitler.

Barollo foi preso em 2009 mas liberado após decisão do Tribunal de Justiça. O caso foi denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e os julgamentos foram marcados, mas não ocorreram.

O crime ocorreu em 21 de abril de 2009. Bernardo estudava Direito em Minas Gerais e Renata, Arquitetura na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). Os dois foram executados com tiros na nuca à margem da BR-476.

A investigação apontou que a festa contava com a participação de um grupo de aproximadamente 20 pessoas de vários Estados, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Distrito Federal, que eram adeptas do movimento.

O coordenador-geral do Museu do Holocausto, Carlos Reiss, afirmou que espera que o julgamento permita elucidar os perigos das celular neonazistas, não só no Brasil, mas que estão existentes em todo o mundo.