Julgamento do ex-policial Jorge Guaranho, acusado de matar petista, ocorre nesta terça-feira em Curitiba

11/02/2025

Após quatro adiamentos, a expectativa é de que o julgamento seja finalizado até a madrugada desta quarta-feira (13).

Está acontecendo nesta terça-feira (11), no Tribunal do Júri de Curitiba, o julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu. O crime, ocorrido em julho de 2022, gerou repercussão nacional, e a audiência está sendo realizada em Curitiba.

Após quatro adiamentos, a expectativa é de que o julgamento seja finalizado até a madrugada desta quarta-feira (13). A defesa de Jorge Guaranho, representada pelo advogado Eloy Doré, nega que o crime tenha motivações políticas. "O crime político foi uma construção feita no momento, na época dos fatos. A defesa entende que isso destoa do que está no processo, é uma construção externa, uma inverdade", afirmou Doré em entrevista ao Bem Paraná.

A companheira de Marcelo Arruda, Pâmela Silva, que estava presente no dia do crime, disse que a família busca justiça após quase três anos. "Nós precisamos que esse júri aconteça, que os jurados conheçam os fatos, não se atenham à questão política, mas aos fatos em si", disse Pâmela.

O crime ocorreu no dia 9 de julho de 2022, quando o réu, um policial penal, atirou contra a vítima após discussão motivada por divergências políticas – o tema da festa de aniversário era o Partido dos Trabalhadores (PT) e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. O réu não conhecia ninguém do evento e nem havia sido convidado para participar dele.

Legítima defesa

Uma das teses que pode ser apresentada pela defesa de Guaranho é a de legítima defesa, já que ele também foi baleado. O advogado Samir Mattar Assad, também defensor de Guaranho, afirmou que seu objetivo é demonstrar que não houve motivações ideológicas no ocorrido. "Nosso objetivo é demonstrar que, pelos elementos do processo, a intolerância partidária não existe. Houve uma discussão boba, e a partir da agressão do Sr. Marcelo, toda a tragédia se desenrolou. Não existe essa questão de petista contra bolsonarista", argumentou Assad.

Por outro lado, Daniel Godoy Júnior, advogado assistente de acusação, enfatizou que as provas são contundentes. "O Brasil inteiro viu as imagens do assassinato de Marcelo, e qualquer resultado diferente de condenação será uma grande surpresa, contrária ao que está nos autos", afirmou Godoy.

Guaranho está em prisão domiciliar

Em setembro de 2024, o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu o Habeas Corpus autorizando a prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico, de Jorge Guaranho.

A decisão reconheceu a urgência do tratamento médico. Segundo a defesa, o réu "sofreu graves sequelas desde sua prisão". Guaranho está realizando tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente.