Mulher é esfaqueada pelo companheiro e salva por filha que chamou a polícia, no Paraná

27/12/2024
Suspeito de cometer o crime está foragido. Filha adolescente da vítima ouviu os gritos de socorro da mãe e interveio nas agressões, em Colombo, região de Curitiba.
Suspeito de cometer o crime está foragido. Filha adolescente da vítima ouviu os gritos de socorro da mãe e interveio nas agressões, em Colombo, região de Curitiba.

Uma mulher foi esfaqueada dentro de casa pelo próprio companheiro em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo a polícia, Rafael da Silva fugiu após atacar Fernanda Rafaela Miguel, e permanece foragido até a tarde desta quinta-feira (26).

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O), Fernanda foi esfaqueada no tórax e no braço, na madrugada de sábado (21). Desde então ela está internada.

Fernanda e Rafael estavam juntos há cerca de sete anos.

Além da filha bebê do casal, que presenciou o crime, outra menor de idade, que fruto de outro relacionamento da vítima, estava na casa. Ela acordou com os gritos por socorro da mãe e chamou a polícia.

"Se não fosse eu estar em casa, ele tinha matado ela. Eu fui no quarto dela porque eu queria realmente salvar minha mãe. Ninguém quer ver a mãe morrendo. Eu fui para cima e ele saiu correndo", detalha.

A imprensa tenta identificar os advogados do suspeito.

Rafael da Silva fugiu após o crime
Rafael da Silva fugiu após o crime

Histórico de ciúmes

Segundo o B.O, o crime foi cometido porque o homem estava com ciúmes da vítima, que havia comprado canecas para presentear uma colega de trabalho.

A filha contou que a mãe estava preparada para dormir, quando o homem passou a agredi-la e a esfaqueou.

Familiares relataram à polícia que esta não foi a primeira vez que o homem teve uma crise de ciúmes.

Conforme o relato, Rafael cometia agressões verbais, inclusive na frente dos filhos da vítima, que moravam com o casal.

"Ele já vinha ameaçando ela. Falava que ele ia matar ela e ia pegar a bebê e fugir, que nunca mais ninguém a ver. Falava que quem entrasse na frente ele ia matar também", lembra a filha.

O Boletim de Ocorrência foi registrado como um caso de lesão corporal e violência doméstica e familiar.

No entanto, o advogado da vítima, Igor Ogar, afirmou que vai solicitar à autoridade policial que o caso seja considerado como tentativa de feminicídio, diante do número de facadas, da região em que elas foram dadas e da gravidade da situação.

"Não podemos admitir, sequer aceitar, que essas vítimas mulheres gritem por socorro e os seus gritos não cheguem às autoridades. Eles têm que estar com os ouvidos inclinados a essas mulheres, que gritam e clamam por socorro, pedem socorro ao Estado, porque, por si só, elas não têm força e nem condições de gritar por socorro", afirma.

'Pior Natal de todos', diz filha

Após o crime, com graves ferimentos, Fernanda precisou ser internada em estado grave em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por conta disso, a família não conseguiu passar o Natal junta.

Conforme a filha, a mãe estava animada para a ceia e já estava se organizando para a comemoração.

Porém, depois do crime, o clima de comemoração se transformou em preocupação e os presentes que seriam distribuídos para os familiares não foram entregues e ainda estão na cena do crime.

"Ela estava bem feliz. Estava super alegre com o Natal, porque ela sempre gostou. Esse Natal foi realmente o pior natal de todos. Eu chorei, porque eu queria estar com a minha mãe e pensei que ela está lá no hospital sozinha", lamenta.