Oito mortes em oito dias: ‘temporada dos afogamentos’ começou no Paraná

08/12/2025

Período mais quente, entre dezembro e fevereiro, concentra maioria das tragédias em meio líquido

A temporada de afogamentos está aberta no Paraná. E a prova disso é que nos oito primeiros dias de dezembro o Corpo de Bombeiros registrou oito mortes por afogamento no estado. Sete dessas mortes ocorreram no final de semana, entre a sexta-feira (dia 5) e o domingo (7), em diferentes regiões do Paraná. As vítimas estavam em praias, rios, cavas e piscinas. Num dos casos uma pessoa conseguiu salvar duas vítimas, mas acabou falecendo ao tentar resgatar uma última vítima, que também afundou e acabou em óbito.

De acordo com os dados oficiais, extraídos do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM), num período de 12 meses, entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, um total de 1.068 afogamentos foram registrados no Paraná, com 102 mortes nessas ocorrências.

O período entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, contudo, concentrou a esmagadora maioria de casos e tragédias. Foram 834 ocorrências e 102 óbitos no período analisado, que se refere justamente aos meses mais quentes do ano, quando se inicia a temporada de verão. Ou seja, 78,09% das ocorrências e 100% dos óbitos ao longo dos 12 meses analisados ficaram concentrados entre apenas três meses, o que explica o fato da estação mais quente ser também conhecida como a "temporada de afogamentos".

Já em dezembro de 2025, em apenas oito dias, já se registrou nove casos de afogamento no Paraná, com um total de oito mortes.

As tragédias do final de semana

Uma primeira tragédia ocorreu em Matinhos, na sexta-feira (5). Uma mulher de 30 anos estava com o filho de 13 e uma adolescente na praia, no Balneário Riviera, quando os três foram arrastados por uma correnteza. Ela tentou salvar os adolescentes e conseguiu ajudá-los, mas acabou submergindo e ficou desaparecida dois dias, sendo encontrada só no domingo. A mulher morava em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, e se afogou no mesmo dia em que chegou ao Litoral para curtir o final de semana.

Em Guarapuava, na região central do estado, um caso parecido ocorreu em uma área do Rio Jordão, frequentada por famílias e conhecida como Ponte Velha. No local, um grupo de adolescentes brincava quando três deles acabaram se afogando. Dois deles conseguiram sair da água, mas um idoso de 60 anos tentou ajudar um terceiro rapaz, que é seu vizinho, e acabou também se afogando. Os dois morreram.

Em Antonina, no Litoral, um homem caiu de um barco durante uma caçada por caranguejos, na noite de sexta-feira, e só foi encontrado na manhã de domingo. E já no domingo, em Piraquara, na Grande Curitiba, um homem de 45 anos morreu afogado na represa Piraquara 2 após entrar na água para buscar uma bola que crianças usavam para brincar.

Finalmente, houve ainda uma morte por afogamento na tarde de ontem, em General Carneiro, que vitimou um rapaz de 28 anos; e mais um caso em uma piscina de Curitiba, no bairro Cidade Industrial, que terminou com um homem de 50 anos morto.

Cuidados básicos podem evitar verdadeiras tragédias

Com a chegada da estação mais quente do ano, aumenta a procura das pessoas por um refresco em meio líquido. E saber algumas dicas de segurança com antemão pode ser fundamental para evitar uma tragédia caso algo saia do esperado.

A primeira dica dos Bombeiros é jamais se colocar em risco e entrar na água para ajudar alguém. O ideal é lançar uma boia ou um objeto flutuante, ligar para o número 193 (do Corpo de Bombeiros) e aguardar o resgate chegar.

Além disso, evite entrar no mar em locais onde não há salva-vidas e respeite a sinalização por bandeiras. Crianças devem ficar no máximo a um braço de distância na água e precisam de supervisão em tempo integral. Além disso, piscinas de uso coletivo precisam ter guarda-vidas e ralos anti sucção.

Também é fundamental não entrar na água após consumir álcool. Já em rios, lagos e represas, não entre em locais com correnteza e jamais pule de cabeça sem saber a profundidade. Finalmente, conheça os sinais de cabeças d'água em rios. Se a vazão aumentar de repente, saia imediatamente e procure um local alto e seguro. Já em inundações, verifique como receber alertas da Defesa Civil e, ao notar o nível da água subir, vá a locais elevados. E em enxurradas, não atravesse as águas de carro ou a pé.