Paraná se prepara para a temporada de incêndios florestais

08/05/2025

Em 2024, houve um aumento de mais de 100% no Estado; ocorrências começam a subir em maio e atingem o auge nos próximos meses.

Desde o início do ano, o Paraná já registrou 258 focos de calor, segundo dados da plataforma VFogo, desenvolvido pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). Embora ainda seja um número modesto, é a partir dos meses do outono e inverno que as ocorrências tendem a subir, e podem se transformar em incêndios ambientais.
Segundo os dados do Corpo de Bombeiros Militare do Paraná (CBMPR), os incêndios florestais foram responsáveis por 10,8% de todos os atendimentos feitos pela Instituição em 2024. Foram 13.558 ocorrências no total – mais do que o dobro (109%) dos registros em 2023, com 6.484.
As ocorrências tradicionalmente começam a subir no outono, e atingem seu auge nos meses seguintes porque são meses mais secos e quando a vegetação se encontra mais seca em virtude do frio.
Depois da alta dos casos em 2024, que atingiram todo o País, o governo do Paraná já se prepara desde abril, quando foram entregues R$ 22,7 milhõesem equipamentos para 100 municípios próximos a áreas verdes. Foram 175 kits picape, 300 sopradores e mil tanques cisternas equipados com motobomba.
O material entregue pelo Governo do Estado permite tanto a ação direta de assistência às localidades com falta de água, quanto para o combate a incêndios, situações típicas quando ocorre diminuição da chuva.
"Mais uma vez, o nosso governo está se preocupando com a qualidade de vida da nossa gente, antevendo e amenizando os problemas de incêndios florestais e estiagem que possam impactar os municípios paranaenses", acrescentou o vice-governador Darci Piana, na época da entrega dos equipamentos.
Também já foram entregues 550 abafadores, 500 rastelos, 300 enxadas, 200 foices, 500 facões, 550 mochilas costais, 500 capacetes, 500 óculos de proteção, 500 luvas de raspa de couro, 500 bandanas, 500 coletes refletivos, 175 kit pick-up e 150 sopradores. Esta é a primeira vez que o Estado realiza um aporte desta magnitude exclusivamente voltado à estruturação preventiva.

Voluntários

Em abril, 150 voluntários aprovados na primeira fase do Programa de Prevenção de Incêndios na Natureza (Previna), passaram por aulas teóricas no formato a distância (EaD), e depois seguiriam para a etapa prática. 

O objetivo é aumentar o contingente disponível para atuar em situações nas Unidades de Conservação (UCs), especialmente no segundo semestre do ano, período de maior registro de ocorrências de incêndios florestais.
"A partir de maio, começamos a ter um tempo mais seco. É quando aumentam as ocorrências em quantidade e complexidade", diz o major Daniel Lorenzetto, chefe da Divisão de Gestão de Desastres da Defesa Civil Estadual e coordenador do Previna.

O VFogo

O VFogo faz o acompanhamento em tempo real dos focos de calor com dados dos equipamentos do Simepar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), e conta com uma dezena de satélites de agências europeias e americanas que geram imagens, alguns deles com atualização a cada 10 minutos.
Importante ressaltar que nem todos os focos de calor são incêndios. Quando um foco de calor suspeito é identificado, a Defesa Civil e o Simepar informam o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), que verifica a situação no local indicado.