Prefeito de cidade do PR é preso por suposto desvio de recursos

Marco Marcondes (PSD), prestará um novo depoimento na manhã desta segunda-feira (13)
O prefeito de Fazenda Rio Grande (PR), Marco Marcondes (PSD), prestará um novo depoimento na manhã desta segunda-feira (13), no âmbito da investigação conduzida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) sobre um suposto desvio milionário de recursos da Saúde do município.
Marcondes, que foi preso na última quinta-feira (09) durante a Operação Fake Care, permanece na Cadeia Pública de Curitiba junto a outros quatro investigados. O interrogatório está marcado para as 11h, segundo a defesa, que tenta obter a libertação do prefeito.
Com a prisão do chefe do Executivo, o vice-prefeito Luiz Sergio Claudino (Serjão), do PP, assumiu interinamente a administração municipal nesta segunda-feira. Em nota oficial, a Prefeitura informou que todos os serviços públicos e secretarias seguem operando normalmente, e reafirmou o compromisso da gestão com a legalidade, transparência e continuidade administrativa.
A operação foi deflagrada para desarticular um grupo suspeito de crimes contra a administração pública na área da Saúde. As apurações apontam possíveis práticas de corrupção ativa e passiva, dispensa ilegal de licitação, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente cometidas por agentes públicos e particulares.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), desde 2022 a Prefeitura de Fazenda Rio Grande mantém contratos com a empresa AGP Saúde para a execução de serviços médicos. Algumas dessas contratações, como as testagens domiciliares, poderiam ter sido realizadas com menor custo e melhor qualidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o MPPR aponta que os valores pagos à empresa seriam incompatíveis com os serviços prestados, indicando superfaturamento e possível desvio de recursos públicos. Apenas em Fazenda Rio Grande, os contratos somam mais de R$ 9,5 milhões, mas a empresa também firmou acordos com outras prefeituras da Região Metropolitana de Curitiba, como Campina Grande do Sul e Quatro Barras.
Entenda as funções atribuídas aos investigados:
Marco Antonio Marcondes Silva (prefeito) e Francisco Roberto Barbosa (secretário) — suspeitos de autorizar a dispensa de licitação que beneficiou a empresa.
Abrilino Fernandes Gomes — teria atuado como intermediário entre prefeituras e a AGP Saúde.
Samuel Antonio da Silva Nunes — apontado como proprietário formal da empresa, usado como laranja para ocultar os verdadeiros responsáveis.
Alberto Martins de Faria — auditor do Tribunal de Contas e considerado o mentor do esquema, segundo o MPPR.
O caso segue sob investigação, e novas diligências devem ocorrer nos próximos dias.
