Socorrista descobre que estava atendendo sogro em grave acidente no Paraná ao notar detalhe na roupa da vítima: 'Aí que caiu a ficha'

04/08/2025

Caso foi registrado em Campo Mourão. Socorrista não reconheceu sogro devido aos ferimentos. Noel Crispin, de 74 anos, morreu no hospital.

Edson Fonseca, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), atendeu o sogro em um grave acidente sem reconhecê-lo, em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná. Ele só percebeu que tratava-se de Noel Crispin, de 74 anos, quando reparou em um detalhe na roupa da vítima: a camisa de flanela. O idoso morreu no hospital.

Em entrevista a imprensa, Edson explicou que recebeu o chamado para socorro de um atropelamento às 17h48 da terça-feira (29). Ele registrou o endereço da ocorrência e viu que era perto da própria casa.

A equipe chegou no local às 17h52 e iniciou o atendimento. A vítima, que não carregava documentos, havia sido atropelada por um ônibus e estava com em estado gravíssimo. "Até então, eu não conhecia ele [sogro]", Edson lembra.

Quando o socorrista foi recolher a sinalização na rua para fazer o encaminhamento ao hospital, foi abordado por um morador que questionou sobre o estado de saúde da vítima. O homem disse que a cunhada de Edson estava em desespero, e foi neste momento que ele começou a unir as informações.

Edson já havia visto o carro do sogro estacionado na rua, mas não tinha achado estranho porque era comum Noel visitar a família. Ao mesmo tempo, ele lembrou que a vítima dentro da ambulância estava usando uma camisa de flanela.

"Aí que caiu a ficha. [...] ele gostava de usar umas camisas de flanela quando estava meio frio", explicou.

Mesmo com os ferimentos e a máscara de oxigênio, o socorrista conseguiu reconhecer que tratava-se mesmo do sogro. Ele permaneceu no atendimento para garantir que Noel chegasse o mais rápido possível ao hospital. "Hoje posso falar, assim, de coração, que eu fiz o melhor", conta.

O idoso foi atendido no Sistema Integrado de Saúde do Norte do Paraná (Sisnor), mas não resistiu a um traumatismo craniano e morreu às 20h.

Edson e Noel eram amigos antes de serem genro o sogro. Os dois foram vizinhos e, depois, passaram a fazer parte da mesma família, há 20 anos.

"O meu relacionamento com ele não era de sogro e genro, sabe? Era de pai e filho", o socorrista relatou.

Como foi o acidente

Em entrevista a imprensa, Edson contou que Noel morava em um sítio a 20 quilômetros de distância de Campo Mourão. Naquela terça-feira, ele havia ido até a cidade e parou na casa do genro e da filha para que eles jantassem juntos.

Por volta das 17h40, ele se levantou do sofá em que estava deitado para ir ao carro - estacionado do outro lado da rua - guardar alguns alimentos que havia comprado.

Quando iria atravessar a rua pela segunda vez, para voltar à casa, foi atingido pelo ônibus.