Três jovens torturadas e assassinadas em live chocam a Argentina

26/09/2025

Os corpos foram encontrados esquartejados em casa ligada a organização criminosa

A descoberta de um crime em que três jovens foram torturadas e assassinadas na Argentina chocou o país. Os corpos foram encontrados nesta quarta-feira (24), após cinco dias do desaparecimento do trio em La Matanza, na província de Buenos Aires.

Brenda Castillo, 20 anos, Morena Verri, também de 20, e a adolescente Lara Gutiérrez, de 15 anos, foram encontradas mortas e enterradas esquartejadas em uma casa associada a uma organização criminosa do narcotráfico, segundo o jornal La Nación.

O caso, sob segredo de justiça, já soma 12 pessoas presas. Segundo a principal hipótese, trata-se de um "acerto de contas" ordenado por um traficante peruano foragido.

O crime brutal teria sido exibido em transmissão online privada pelo Instagram para cerca de 45 cúmplices, com a frase: "Isso acontece com quem me rouba drogas". O caso chocou o país e mobilizou manifestações na capital argentina.

Entenda o caso

Trio foi visto pela última vez entrando em um carro branco
Trio foi visto pela última vez entrando em um carro branco

As três jovens trabalhavam como prostitutas na região de La Tablada e foram vistas pela última vez entrando em uma picape branca, às 21h29 do dia 19 de setembro. Uma câmera de segurança registrou o momento.

Segundo as investigações obtidas pelo La Nación, os três celulares das vítimas foram desligados simultaneamente, às 3h da manhã do dia 20. O último sinal de celular de Lara foi captado às 23h14 do dia 19 em Florencio Varela, a 37 km do local do desaparecimento.

Para os familiares da adolescente, a polícia demorou a agir: a queixa sobre o sumiço só foi aceita 24 horas depois, e o Alerta Sofia, destinado a casos de crianças desaparecidas, não foi acionado.

Corpos encontrados

Os restos mortais das três jovens foram localizados no dia 24 de setembro em uma casa próxima de onde foi captado o último sinal do celular da menina de 15 anos. Segundo o laudo, os corpos estavam desmembrados e enterrados, sendo dois deles dentro de sacos de lixo.

A perícia concluiu que as mortes ocorreram entre 90 e 96 horas antes do achado, ou seja, na madrugada de 20 de setembro, poucas horas após o desaparecimento. A análise indica que as três sofreram torturas intensas antes de serem mortas.

Investigação

O caso é tratado como homicídio triplo qualificado. Na casa onde estavam os corpos, os policiais prenderam em flagrante um homem e uma mulher encarregados de "limpar" o imóvel, onde havia manchas de sangue, cheiro de cloro e solo recém revirado. Os proprietários da residência, também detidos, seriam ligados ao narcotráfico.

A principal linha de investigação é de que o crime tenha sido motivado por vingança, após um roubo de drogas.

Recado do narcotráfico

Segundo o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, o crime foi uma execução ordenada por um traficante peruano que atua na região da capital argentina.

Em entrevista ao canal de notícias TN, o ministro disse que o motivo do crime foi disciplinar, para "construir uma imagem terrorista para o líder da organização".

A tortura e assassinato do trio foram transmitidos ao vivo nas redes sociais para um pequeno grupo de cúmplices, de cerca de 45 pessoas, explica o ministro.

Alonso afirmou que havia planejamento prévio: no mesmo dia em que as jovens desapareceram, homens ligados à quadrilha cavaram o poço onde os corpos seriam enterrados.