Tubarões morando em vulcão ativo são descobertos por cientistas

Pesquisadores registram animais nadando em crateras ácidas e superaquecidas!

A cena parece saída de um filme de ficção científica, mas aconteceu no coração do Pacífico Sul. Dentro de um dos vulcões submarinos mais perigosos e imprevisíveis do planeta, cientistas registraram algo que desafia completamente o entendimento atual sobre a vida marinha: tubarões vivos nadando tranquilamente em águas ferventes e extremamente ácidas. As informações são do National Geographic.
A descoberta foi feita no vulcão Kavachi, localizado nas Ilhas Salomão, um gigante submarino conhecido por erupções violentas, temperaturas superquentes e água carregada de cinzas e partículas de enxofre.
Ainda assim, imagens captadas por pesquisadores mostram tubarões-martelo e tubarões-seda circulando calmamente dentro da cratera ativa.
A primeira documentação ocorreu em 2015, quando uma missão da NOAA enviou uma câmera robótica para dentro do vulcão. A intenção era analisar temperatura e composição química da água. O que encontraram surpreendeu toda a equipe: grandes predadores marinhos se movendo em um ambiente considerado letal para quase qualquer espécie.
Dentro do Kavachi, tudo muda em segundos. Plumas de calor vulcânico sobem constantemente, a acidez da água é altíssima e as erupções podem ocorrer a qualquer momento, deixando o ambiente turvo de cinzas. Pelas estimativas, qualquer animal ali estaria em risco extremo, exceto, ao que parece, esses tubarões.
O fenômeno levanta uma série de perguntas científicas instigantes. Como eles toleram a acidez? Há adaptações celulares que permitem sobreviver ao estresse químico? Conseguem detectar microvariações que antecedem uma erupção? Pesquisadores acreditam que os tubarões podem ter habilidades fisiológicas únicas, capazes de protegê-los de ambientes tóxicos e instáveis que seriam fatais para outras espécies.
A descoberta também abre uma janela para o passado: comportamentos assim podem ajudar a entender como predadores pré-históricos resistiram a mudanças violentas nos oceanos durante milhões de anos.
Um detalhe curioso reforça ainda mais o mistério. O Kavachi entra em erupção com tanta frequência que novas formações de rocha aparecem e desaparecem em poucos meses. Mesmo assim, os tubarões seguem retornando, como se o vulcão fizesse parte de seu território natural.
A existência de tubarões dentro de um vulcão ativo lembra o quanto ainda sabemos pouco sobre a vida que habita os extremos do planeta, e o quanto a natureza continua capaz de surpreender até os especialistas mais experientes.


