Vai ter cassação em 2026?

Vereadora Professora Angela, do PSOL, e o deputado estadual Renato Freitas, do PT, devem ter o futuro de seus mandatos decididos no começo do próximo ano

O ano de 2026 vai começar com dois importantes nomes da esquerda paranaense vivendo 'na berlinda', com ameaça real de cassação. Tratam-se do deputado estadual Renato Freitas, do PT, e da vereadora de Curitiba Professora Angela, do PSOL.

Ambos estão sendo processados nas respectivas casas de leis, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e a Câmara Municipal de Curitiba (CMC), acusados de infrações éticas ou disciplinares. Curioso notar, ainda, que o debate sobre a política de combate às drogas e a legalização da maconha também envolvem os processos contra os dois parlamentares.

Abaixo, você confere mais detalhes sobre as acusações que pesam contra cada um dos parlamentares e a situação atual de cada um dos processos.

Renato Freitas: um processo em andamento…

Renato Freitas incomoda, como já destacou a colunista Martha Feldens. Chegou a sofrer uma cassação na Câmara de Curitiba, quando ainda era vereador. Depois, já na Assembleia, o condenaram a ficar 30 dias sem falar na tribuna ou participar de comissões. Em ambos os casos, acabou ganhando a 'briga' após recorrer à Justiça.

Agora, é é alvo de um novo processo no Conselho de Ética da Alep por causa de uma briga de rua em que se envolveu no Centro de Curitiba.

Tudo começou com uma discussão envolvendo um manobrista de estacionamento. O parlamentar diz que o homem quase atropelou a ele e sua companheira, que está grávida, e que depois ainda teria os chamado de 'noia' e 'lixo'. O manobrista já se defende dizendo que as coisas escalonaram e chegaram às vias de fato após o deputado iniciar as agressões.

Vídeos não faltaram, nos quais Renato tanto bate quanto apanha. E representações contra o deputado também não faltaram – pelo menos nove.

Acusado de quebra de decoro por briga corporal, Renato Freitas deve ter seu futuro decidido, nesse processo, até o dia 15 de março, segundo o Deputado Jacovós, presidente do Conselho e Ética da Alep.

… e outro à vista?

Além disso, pouco tempo depois o parlamentar voltou a 'causar' ao participar de um podcast sobre o uso da maconha. Na conversa, o petista chegou a se dizer 'maconheiro', o que gerou fortes críticas de colegas mais conservadores, como Denian Couto (Podemos), Ricardo Arruda (PL) e até Ademar Traiano (PSD), denunciado por Freitas por corrupção há dois anos, quando ainda era presidente da Assembleia.

Como seria de se esperar, a entrevista rendeu mais uma representação contra Renato por quebra de decoro parlamentar. Mas essa representação ainda não virou processo, o que pode ocorrer quando o Conselho de Ética voltar aos trabalhos, em fevereiro.

Professora Angela é 'salva pelo gongo' na Justiça, mas futuro segue aberto

Se Renato Freitas pode responder por se declarar 'maconheiro', a vereadora Professora Angela esteve perto de ver seu mandato cassado por causa da promoção de uma audiência pública em agosto, na própria Câmara Municipal, onde se distribuiu uma cartilha de redução de danos.

Primeiro parlamentar eleito na história do PSOL em Curitiba, ela chegou a ver ser marcadauma sessão especial de julgamento do Processo Ético-Disciplinar contra si, quando se decidiria sobre a cassação do mandato da parlamentar.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), contudo, suspendeu na véspera a realização do julgamento que analisaria a suposta quebra de decoro parlamentar. De acordo com o despacho da juíza Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública, há indícios de ilegalidades no processo ético disciplinar que fundamentou o pedido de cassação. Além disso, ela também acusou a existência de elementos suficientes para justificar a suspensão do julgamento, até que o mérito seja analisado pelo Judiciário.

Na Câmara Municipal, o destino da psolista junto aos seus pares parecia ser o da cassação. Na Justiça, entretanto, ainda é possível que ela consiga preservar seu mandato, o que deve ser decidido ao longo dos próximos meses.